Voar…

Tenho o privilégio de ter nascido numa família Cristã e melómana, fui crescendo envolvendo-me da música fosse ela sacra, clássica, popular, contemporânea, pop-rock, jazz, etc.

Os meus pais que sempre valorizaram o conhecimento nas diversas áreas, levaram-me para o Conservatório de Música do Porto aos 5 anos para prestar provas. Aos 6 anos tive a sorte de conhecer o meu prof. de trombone, Prof. Joaquim Oliveira, com quem estudei durante os 12 anos no Conservatório, até acabar o 12º ano no ano passado (2021).

Desde o 10º ano que comecei a preparar-me para "voar" (estudar fora de Portugal). Participei em Masterclasses e concursos nacionais e internacionais, a fim de encontrar possíveis futuros professores que gostassem de me ter como aluno e eu como meu professor. Na música é muito importante que haja empatia entre o professor e o aluno, é meio caminho para que tudo corra bem. Entrei em contacto com vários professores, mas quando contactei o Conservatório Superior de Paris para candidatar-me, conheci o meu atual professor Fabrice Millicher que logo me acolheu e me motivou a ir estudar com ele para a Alemanha, em Freiburg im Breisgau, porque seria melhor para mim, como se veio a confirmar.

Devo dizer que aos 18 anos um dos maiores desafios que tive foi a língua alemã. Tive a sorte de ter começado a estudar alemão cedo, no secundário, mas a interação com os nativos, a língua apresentou-se com várias dificuldades com os colegas e professores. No entanto o meu ouvido foi-se habituando e com o tempo comecei a perceber mais e melhor. Neste momento estou mais familiarizado com a língua, porém ainda não está dominada.

Apesar do acolhimento fantástico do meu professor assim como dos meus colegas de Classe e do WG (Residência), aceitar que a partir daquele momento ficaria longe dos meus pais e longe do conforto do meu lar foi de todo o maior desafio para mim no início. A necessidade de aceitar e confrontar-me com o facto de que a partir daquele momento tinha de abraçar a responsabilidade de todas as minha ações, foi muito importante para mim. Sinto que depois de muitas boas e más experiencias, cresci e me tornei mais resiliente e tenho mais controlo sobre mim mesmo. Sinto-me guiado e que estou na direção certa, a fazer o que é certo e estou a tentar fazê-lo bem.

Este é um caminho, que sei que tem muitas curvas e contra-curvas que levará tempo. Será necessário muita humildade, resiliência, discernimento e muita força para estar constantemente a aprender, pois só assim aproveitaremos a vida e os bons momentos. 

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Encontro de 28 e 29 de maio de 2022.

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