Início do caminho sinodal na diocese de Milão.

Em todas as dioceses italianas, em comunhão com o Sínodo da Igreja Universal, foi aberto o caminho sinodal, que quer ajudar a redescobrir o sentido de ser comunidade e o calor de um acolhimento capaz de se abrir ao diálogo com todos.

A consulta alargada requerida a cada diocese na perspectiva do Sínodo dos Bispos reclama o contributo de todas as Igrejas particulares para interpretar o tempo que vivemos.

Na nossa diocese ambrosiana, o caminho iniciou com o mandato conferido pelo arcebispo aos grupos de leigos chamados Grupos Barnabé (derivado do nome do apóstolo enviado pela comunidade de Jerusalém a Antioquia), para projectar as futuras assembleias Sinodais que caracterizarão o estilo de presença da Igreja nos nossos territórios geográficos e existenciais: uma Igreja que quer «construir» com entusiasmo, sem esmorecimentos e pessimismos.

É-nos pedido um olhar sobre o presente que seja mais profundo do que aquele que nos é oferecido pelas análises sociológicas e psicossociais, que, apesar disso, também têm o seu indiscutível valor. O nosso tempo é de discernimento e confiança, lucidez e fé, um tempo para contemplar a graça de Deus e alegrar-se.

É um tempo de vocações para servir a Igreja e quem melhor do que nós, Movimento Oásis, para compreender quando se fala de vocações ao “serviço por amor”. O Papa, ao dar início a este importante caminho, usou uma expressão muito forte, pedindo ao Senhor que nos preservasse “de nos tornarmos uma Igreja museu, bela mas muda”, que se dobra sobre si mesma na repetição e se agarra às próprias seguranças. Neste entretanto, as nossas celebrações esvaziam-se.

O que é que nos é pedido para fazer agora?

Devemos, de olhos postos em Jesus que encontra, escuta e discerne, ser “Igreja em Saída”, que procura descobrir sementes de Evangelhos também fora da comunidade cristã, partilhando as fadigas dos homens desorientados de hoje.

O Papa Francisco pediu para partir da base, convidando todos os leigos. O nosso arcebispo de Milão conferiu o mandato desta primeira fase do Caminho Sinodal a um grupo de leigos (entre os quais, com a alegria, eu fui incluída).

A tarefa é sair da auto-referencialidade da paróquia, para se tornarem “antenas” capacitadas para estar em escuta, dialogando com todos, alargando os horizontes para lá da nossa quotidiana actividade eclesial, indo além do adro e do campanário, procurando envolver pessoas que estão mais afastadas e não se sentem parte activa da comunidade cristã.

O estilo sinodal implica colocar em conjunto diferentes vozes, sem protagonismos nem lamentos desencorajantes: somos reunidos por um Outro, com Quem juntos devemos intuir o caminho. A comunhão faz-nos estar unidos a Ele e a missão oferece-O ao mundo.

Somos, por isso, todos chamados não só à participação, ao serviço e à colaboração, mas a uma real corresponsabilidade.

O Espírito guiará os nossos passos incertos,

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