Cristo à mesa entre os pobres

Paolo Veronese - Ceia de S. Gregório Magno (1572. óleo sobre tela)

Paolo Veronese - Ceia de S. Gregório Magno (1572. óleo sobre tela)

A enorme tela do pintor Paolo Caliari Veronese (1528-1588) que cobria a parede de um antigo refeitório, mostra uma cena da vida de São Gregório Magno, papa entre 590 e 604. A Ceia recorta-se em fundo arquitetónico aberto para a cidade, plena de problemas, a que o papa, com enorme sentido prático, tenta responder. Será o único papa medieval a merecer o titulo de Magno. É o mesmo inspirador do canto gregoriano e dos trintários gregorianos, autor de uma Regra pastoral, fundamental na orientação dos pastores, na grande mudança da Europa, após a migração dos povos bárbaros e da queda do império romano.

Em tempo de grande peste e carestia na cidade de Roma, o papa, ao centro da mesa, recebia doze pobres. Segundo a legenda simbólica, um dia, entre estes, apareceu Cristo, que está sentado ao lado direito de Gregório Magno. O enquadramento faustoso do pintor não favorece a mensagem central, quase a esconde. Nas atuais pinturas da realidade dramática que vivemos, também se pode obscurecer o essencial.

Nem as epidemias, nem a fome, provocadas por guerras e cheias destruidoras, são novidade na história da humanidade. Ver Cristo no pobre e no necessitado é atitude constante para quem goza de olhar límpido pela contemplação de Cristo e por uma vida marcada pelos critérios do seu Evangelho.

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