II Encontro de Animadores: a humildade de crescer como pessoa para servir como cristão.

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O conflito entre quem somos e quem queremos ser é parte natural do crescimento humano. Atentos ao mundo que nos rodeia e munidos de recursos como a humildade, vamos gradualmente resolvendo a equação de uma vida ao serviço por amor.

No áudio “Ouse ser você mesmo”, que escutámos durante a sessão, dizia-se: “aquele que tem estima suficiente de si mesmo e dos outros” é aquele que é capaz de ser honesto. E como só dou o que tenho, faço o Bem quanto melhor investir e cuidar de mim. Sem culpas e sem desculpas.

O percurso e a prática da autotransformação podem seguir caminhos múltiplos, labirínticos, carregados de medos e de dúvidas, de resistências e de descobertas. E este ‘trabalho’ só pode ser realizado na primeira pessoa: por mim!

Ser quem nasci para ser exige a prática da humildade. Porque ser humilde é ser exatamente quem se é. É ser a melhor versão de mim mesmo - aquela que transporto no meu âmago, o meu elemento essencial. Nem mais nem menos. Sem culpas e sem desculpas.

Então, porquê seres mais um quando podes ser tu? Quando cada um de nós for a expressão dos talentos divinos que recebeu, por pensamentos, palavras e ações, estará a manifestar a plenitude da sua humildade e a cumprir a missão de ser cristão.

Quatro práticas-chave para ser humilde/autêntico:

1.       Clareza de intenção: desejo, propósito e compreensão.

2.       Vontade livre: compromisso e autorresponsabilidade.

3.       Enfrentar tudo e evitar nada: amar a nossa consciência, mergulhar nela e escutá-la (exame de consciência / autoanálise).

4.       Imperativo ôntico (divino / cósmico): “Quero ser livre não só para o meu próprio bem, mas para o bem do TODO!” – para bem SERVIR o outro!

Um aspeto fundamental que (re)descobrimos neste encontro é a integralidade! Ser autêntico implica ser inteiro, íntegro, completo. Implica acolhermos internamente as nossas ‘luzes’ e também as nossas ‘sombras’.

Como nos afirma a conferencista, Mª Adelaide Teixeira (AKA Lai), “Quando somos incapazes de admitir as nossas vulnerabilidades e de reconhecer os nossos comportamentos impróprios, inevitavelmente minamos as nossas ações, agindo de forma desproporcionada. Quando fechamos a cadeado aquelas partes de nós de que não gostamos, isolamos, sem o sabermos, os nossos dons mais valiosos.”

Acolher e equilibrar todos os aspetos que me constituem é fulcral para um trabalho pessoal e espiritual sério e fértil. O que torna a minha vida equilibrada e feliz? Nutrir todas as dimensões da minha Pessoa! Ou seja, estimular e cuidar das minhas diferentes inteligências: física, emocional, racional e espiritual.

Os relacionamentos são outro aspeto fundamental para crescer em humildade. É na alteridade, nas relações humanas de ‘espelho’ que nos podemos ‘ver’ a nós mesmos. E, nesta malha de interações recíprocas, podemos escolher sobreviver como parasitas – manipulando e sabotando - ou viver como parceiros – expandindo e apoiando. Seja na família, colegas ou amigos, todos os terrenos que escolhemos cultivar com empenho, respeito e a humildade, serão férteis.

A humildade de crescer como pessoa para servir como cristão é, assim, um resgate do nosso poder cocriativo, bem como, o instrumento que nos ajuda a dar sentido e valor à nossa existência.

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